Descubra como tornar a sua aplicação de defensivos mais eficiente, reduzindo seus gastos e, por consequência, seus custos, e ainda protegendo suas plantas para alcançar resultados acima da média!
Por ser uma grande potência no agronegócio, o Brasil atualmente é o quarto país com maior exportação de produtos agropecuários. Por isso, não é surpresa que tenhamos desafios para atingir essa posição.
O uso de defensivos agrícolas é uma prática rotineira do produtor rural. Muitas vezes herbicidas, inseticidas e fungicidas são os principais aliados na hora de combater alguma praga, doença e até plantas daninhas.
Assim, muitas vezes, essa tecnologia é a chave para atingir a produtividade esperada e fornecer alimentos em qualidade e quantidade para a população.
Aplicação de defensivos e seus desafios
De acordo com a FAO, a perspecitiva é de que em 2050 a produção agrícola tenha que aumentar até 70% para conseguir alimentar toda a população.
Não há dúvidas que os defensivos agrícolas são e serão extremamente importantes para a produção de alimentos.
E o Brasil está cada vez mais subindo no ranking de liderança na produção agrícola.
No entanto, devido ao cenário macroeconômico e político internacional, tem havido muita oscilação nos preços dos insumos, o que tem causado preocupações e insegurança em muitos produtores.
Além desse desafio, a produção agrícola brasileira enfrenta o problema de lidar com o uso inadequado desses produtos, no qual, muitas vezes não se respeita nem o período de carência de um produto aplicado a determinada cultura.
Isso além de ser um problema para o setor como um todo, também pode afetar a segurança do alimento.
O problema da falta de acompanhamento técnico na aplicação de defensivos
Além disso, outro problema na aplicação de defensivos é o uso de produtos sem a recomendação agronômica correta ou sem o acompanhamento de um profissional da área.
Isso porque, o uso inadequado dessa tecnologia pode gerar consequências sérias a longo prazo, como por exemplo, a resistência de uma praga ou planta daninha a algum princípio ativo.
Assim, mesmo sendo uma tecnologia essencial para a produção, o uso de defensivos agrícolas também requer cuidados.
Somente assim é possível atingir uma maior otimização de seus resultados, evitando desperdícios e também a resistência à pragas e doenças.
De acordo com o Instituto EMATER, 46% das aplicações de defensivos agrícolas utilizados no campo são desperdiçadas por erros cometidos pelo próprio agricultor.
Por isso, abaixo vamos ver algumas maneiras de otimizarmos a aplicação de defensivos agrícolas nas nossas lavouras:
1. Siga a recomendação do fabricante
Todas as vezes que vamos utilizar algum defensivo agrícola devemos nos atentar em primeiro lugar ao alvo que queremos atingir.
Por exemplo, se vamos aplicar um herbicida pré-emergente, nosso alvo na hora da aplicação será o solo.
Já se formos aplicar um fungicida para alguma doença na lavoura, nosso alvo será a folha.
É possível encontrar essas informações na bula do produto, bem como na plataforma Agrofit – muito utilizada para consulta de diversos defensivos agrícolas.
Outras informações como classificação toxicológica também devemos estar atentos para o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs).
2. Tenha atenção ao uso de adjuvantes
Alguns defensivos agrícolas podem ter aumento da sua eficiência com o uso de adjuvantes.
Mas e o que são os adjuvantes?
De acordo com a EMBRAPA “os adjuvantes são substâncias adicionadas à formulação herbicida ou à calda herbicida para aumentar a eficiência do produto ou modificar determinadas propriedades da solução, visando facilitar a aplicação ou minimizar possíveis problemas.”
Além disso, os adjuvantes podem ter diferentes funções como, por exemplo:
- redução da deriva;
- regulação do Ph da calda;
- oferecer uma melhor distribuição na folha da cultura ou da planta daninha.
Mas atenção! Nem todos os defensivos necessitam de adjuvantes, temos que estar atentos às recomendações do agrônomo responsável e a receita agronômica.
3. Lembre-se: tecnologia de aplicação é MUITO importante!
Pulverizar por si só é relativamente simples, pois, significa adicionar pressão sobre um líquido, fazendo com que ele saia pela abertura de um orifício.
Já a aplicação de defensivos, propriamente dita, necessita de tecnologia. Isso porque, não somente será definido o alvo, mas também o tamanho das gotas que devem atingir a superfície (cobertura); a angulação; os cuidados para evitar deriva, ou seja, a perda do produto pela ação da velocidade e direção do vento; as medidas para evitar a evaporação etc.
Assim, definir a forma e a tecnologia de aplicação também é um passo importante na hora de programar as pulverizações.
Além disso, também é preciso levar em conta questões como:
- o relevo da lavoura;
- o objetivo da aplicação;
- qual é o alvo da aplicação;
- qual o melhor equipamento para ser usado: Bomba costal? Pulverizador tratorizado? Pulverizador autopropelido?
Todas essas informações são essenciais para a tomada de decisões.
4. Mantenha a limpeza de equipamentos sempre em dia
Garantir a limpeza dos equipamentos, tanque, bicos etc, irá garantir uma aplicação de qualidade e evitar a deriva.
Mas, para além disso, a limpeza dos equipamentos também impede misturas indesejadas de produtos nos mesmos que poderiam vir a causar fitotoxidez na lavoura.
Por isso, o ideal seria separar os bicos e tanques para determinadas categorias de produtos, por exemplo: separar aplicações de fungicidas e herbicidas.
Infelizmente, na maioria das vezesm dependendo da dinâmica da fazenda e do produtor, isso acaba sendo inviável. Então, realizar uma lavagem cuidadosa é essencial para evitar essa possibilidade de fitotoxidez e até entupimentos de bicos.
5. Não se esqueça de realizar a regulagem e a manutenção do pulverizador
Muitas vezes, com a falta de planejamento e pressa na hora da aplicação, a regulagem e manutenção do pulverizador passa despercebida.
Porém, ambas são extremamente importantes para garantir o volume de calda adequado na aplicação e, assim, evitar o desperdício do produto aplicado, ou mesmo a sua falta causando uma dose acima ou abaixo da recomendável.
Assim, algumas dicas na hora de realizar a regulagem incluem:
- averiguar se os bicos estão danificados, entupidos ou sujos;
- completar o tanque com água;
- regular o pulverizador;
- fazer o teste da regulagem em uma área plana e de tamanho conhecido para conseguir medir o tempo e distância da pulverização;
- utilizar, durante a aplicação teste, algum recipiente para medir o volume de água que sai dos bicos durante um determinado tempo, assim somando no final terá o volume total aplicado.
6. Realize o monitoramento das condições meteorológicas para a aplicação de defensivos
Ter acesso ao monitoramento das condições meteorológicas é uma forma inteligente de se programar e usar o clima ao seu favor na hora de realizar uma pulverização. Sabe como?
Por exemplo, nos encontramos em uma situação onde precisa ser feita aplicação de herbicida pré- emergente no solo em que o alvo principal são as sementes das plantas daninhas que logo irão emergir.
Assim, para a melhor eficiência de um produto como esse, o ideal seria que, alguns dias após a aplicação, houvesse um aumento na umidade do solo para o produto pudesse atingir o seu alvo de forma efetiva. Isso garantiria um melhor uso e o não desperdício de produtos, tempo e mão de obra.
Por isso, seria importante programar essa aplicação sabendo de haveria chuvas ou não nos dias posteriores.
Outra situação muito comum que encontramos em campo é a ocorrência de pragas e doenças e a necessidade de aplicação preventiva e curativa.
Como as informações obtidas através no monitoramento das condições meteorológicas poderiam ajudar o produtor?
Novamente, quando precisamos realizar uma aplicação de fungicida, onde o alvo são os esporos do fungo na folha da cultura, o ideal seria o produto ter uma cobertura garantida e também não ocorrência de chuva para manter o produto tempo suficiente para agir e cumprir a sua função.
Assim, nessa situação, programar tal aplicação tendo em mãos a previsão do tempo para os próximos dias seria bem importante.
Conclusão
Em resumo, essas são algumas dicas que podem ajudar a melhorar o desempenho dos defensivos agrícolas que usamos nas lavouras.
Infelizmente, mesmo com planejamento agrícola e seguindo as recomendações técnicas, problemas podem acontecer, pois, como bem sabemos, a agricultura é um negócio a céu aberto.
No entanto, se conhecermos bem todas ferramentas que temos em mãos e as usarmos em nosso favor, aliando tecnologia com conhecimento e buscando sempre novas informações, podemos atingir um melhor desempenho na lavoura.
Inclusive, a BoosterAgro existe para isso: ser uma parceria no dia a dia do produtor, ajudando em seu planejamento e sua tomada de decisões. Baixe GRATUITAMENTE o aplicativo e descubra!
Engenheira agrônoma formada pela Universidade Federal de Lavras (UFLA), mestre e doutora em Agronomia e Fitopatologia pela Universidade Federal de Lavras (UFLA).