Manejo

Entenda o que é manejo de irrigação

Entenda qual a diferença entre manejo de irrigação e sistema de irrigação e veja quais os benefícios desta prática para a sua lavoura

A água desempenha um papel fundamental para todos os setores da sociedade, inclusive para a agricultura.
A disponibilidade de água influencia desde a emergência das plantas até a maturação das frutas e grãos.

No entanto, devido às condições climáticas, alguns locais não possuem um regime de chuva capaz de atender os requisitos hídricos das lavouras ou pomares. 
Nessas situações em que as demandas hídricas não são atendidas parcialmente ou totalmente é necessário realizar a irrigação.

Ou seja, a irrigação é a técnica que, a partir de equipamentos e tecnologia, tem o objetivo suprir as necessidades hídricas das plantas, de maneira que não falte nem haja excesso no fornecimento de água.

Diferença entre manejo de irrigação e sistemas de irrigação

O manejo da irrigação é a estratégia adotada para determinar o melhor momento, a quantidade ideal e a forma adequada para se aplicar a água na lavoura.

Ou seja, o bom manejo de irrigação te ajuda a entender QUANTO e QUANDO irrigar baseado na demanda hídrica da sua lavoura em cada fase de desenvolvimento das plantas.

Além de aumentar a produtividade agrícola, o manejo de irrigação também busca:

  • manter a disponibilidade de água para a cultura;
  • favorecer o controle fitossanitário e nutricional;
  • diminuir a dependência das condições meteorológicas;
  • e preservar os recursos hídricos e, por consequência, os recursos financeiros, uma vez que uma irrigação mais precisa tende a gastar menos água e energia.

Além disso, há diferentes manejos de irrigação, os principais são:

  • Via solo, no qual a recomendação se baseia nas condições de umidade do solo;
  • Manejo via atmosfera, no qual a recomendação se baseia apenas nas condições atmosféricas;
  • Via planta, baseado nas condições de água na planta;
  • E o manejo integrado, que indica a irrigação baseado nas informações da atmosfera e do solo de forma conjunta.

Já o sistema de irrigação é o conjunto de equipamentos utilizados para realizar a irrigação. Ou seja, os sistemas de irrigação são os equipamentos utilizados para transportar a água até área plantada e disponibilizar para as plantas.

O sistema de irrigação adequado considera principalmente o tipo de solo da lavoura, o relevo da área, a disponibilidade de água da região, o clima predominante e a cultura que será cultivada. 

Entre os sistemas de irrigação, 3 tipos se destacam no Brasil:

  • Irrigação superficial: feita por meio do sistema de irrigação por inundação ou irrigação por sulco;
  • Localizada: realizada através do sistema de irrigação por microaspersão ou irrigação por gotejamento;
  • Irrigação por aspersão: que compreende a irrigação por pivô, a irrigação convencional e a irrigação auto-propelida.

Solo, atmosfera e planta: veja os fatores que influenciam no manejo da irrigação

Independente do manejo de irrigação adotado, é importante considerar as características do solo, da atmosfera, bem como da planta. 

Por exemplo, não adianta irrigar a partir de uma alta demanda de água se o solo não conseguir armazenar esse volume e disponibilizá-lo para a planta.

Por outro lado, não adianta considerar a chuva sem considerar a necessidade hídrica da planta no estado de desenvolvimento em que ela se encontra.

Ou ainda, não adianta saber a umidade do solo e não entender se ela é suficiente para manter a disponibilidade adequada por causa da perda de água para a atmosfera.

Fatores de solo

Assim, os fatores de solo mais importantes para realizar o manejo de irrigação são: a capacidade de armazenamento de água total e a disponibilidade da água no solo.

Ou seja, qual o nível de umidade do solo no qual a água está em Excesso, ou Facilmente Disponível para a planta, ou em Déficit Hídrico, ou não no qual não há água disponível.

Para obter esses fatores é necessário realizar uma análise de solo que determine a Capacidade de Campo e o Ponto de Murcha Permanente. 

  • Capacidade de Campo: é teor de umidade do solo após o excesso de água ter sido drenado pela ação da gravidade.
  • Ponto de Murcha Permanente: é o teor de umidade do solo no qual a planta não consegue mais retirar água dele.

Dessa forma, com a diferença entre o teor de água no solo na Capacidade do Campo e no Ponto de Murcha Permanente para a profundidade de raiz efetiva se obtém a Capacidade de Água Disponível do solo.

Uma fração dessa capacidade de água disponível total pode ser retirada facilmente pelas raízes.

Essa fração é camada de Água Facilmente Disponível e ela se esgota quando se atinge a umidade crítica da cultura.

Pontos de umidade do solo e sua relação com a disponibilidade de água para a planta
(Fonte: Farsad’s, 2016, adaptado)

Fatores atmosféricos

Já para a atmosfera é importante saber principalmente sobre o balanço entre a água que é fornecida pela chuva e a que é consumida pela evapotranspiração.

Essa dinâmica da água resulta na variação do armazenamento de água no solo ou da disponibilidade água no solo.

A evapotranspiração é a perda de água para a atmosfera pela combinação da evaporação da água do solo e a transpiração das plantas.

Assim, ao considerar as condições de umidade do solo e a demanda hídrica específica para a fase de desenvolvimento da planta, é possível obter a evapotranspiração real da cultura.

Exemplificação da evapotranspiração

Fatores de plantas

Com relação as plantas, o fator mais importante para se conhecer é a fenologia.

A fenologia da planta é o estudo do desenvolvimento da planta ao longo de suas diferentes etapas, ou seja, da germinação até a maturação.

Assim, conhecendo a fenologia da planta é possível entender o crescimento da raiz e o coeficiente da cultura (Kc), que indica a demanda hídrica da cultura em cada fase de seu desenvolvimento.

Isso é importante porque, em algumas culturas há uma demanda maior de água durante as primeiras semanas de estabelecimento do estante de plantas, em outras é durante a floração ou enchimento de grãos, por exemplo. Ou seja, isso muda de cultura para cultura e ao longo do ciclo de cada uma delas.

Exemplo da relação do crescimento da raiz e o crescimento aéreo da planta, assim como a evolução do Kc ao longo da safra.

Manejo inteligente de irrigação com BoosterPRO

Pode ser muito difícil ter o controle de todas as informações necessárias para conseguir calcular com exatidão a demanda hídrica da planta e assim quando e quanto irrigar.

Mas, há soluções para tornar isso muito mais fácil!

O Manejo de Irrigação da BoosterPRO, por exemplo, possibilita essa gestão baseada em dados e disponibiliza as demandas de maneira simples e muito prática.

Assim, com base no microclima da propriedade, no sistema de irrigação, nas características do solo da lavoura e na cultura plantada, a BoosterPRO fornece as informações necessárias para realizar um manejo da irrigação eficiente.

Com o manejo de irrigação da BoosterPRO é possível monitorar a demanda hídrica de cada talhão e isso permite, por exemplo:

  • O fornecimento adequado de água para as plantas;
  • O controle das irrigações e dos dados;
  • A economia de água e energia elétrica;
  • Um maior controle do estresse hídrico sofrido pela planta;
  • A economia de tempo, pois evita ter que ir para o campo todo dia para verificar a umidade do solo;
  • E ainda ajuda a diminuir a lixiviação de nutrientes.

Caso queria saber mais detalhes sobre irrigação também pode acessar o e-book de manejo de irrigação da Agrosmart.

Conclusão

Quando se trata de fornecer água à sua lavoura, não basta apenas irrigar. É preciso saber com exatidão QUANDO e QUANTO irrigar, por isso, o manejo de irrigação é tão importante.

Assim, as tecnologias podem ajudar, e muito, no manejo da irrigação, desde à coleta de dados até o processamento e a obtenção de recomendações.

Diferentes sensores, por exemplo, instalados na lavoura ou pomar podem coletar tanto dados do solo (com sensores de umidade de solo), como das condições atmosféricas (através de estações meteorológicas e pluviômetros digitais).

Depois da coleta desses dados, é possível processá-los a partir de algoritmos a fim de realizar os cálculos de estimativas de evapotranspiração e relacioná-los com outras informações. E assim, entender qual a real demanda de água pela planta e, com isso, saber exatamente o QUANTO de água ela precisa e QUANDO ela realmente precisa.

Na prática, isso significa mais eficiência com economia de água e energia, e até mesmo a possibilidade de aumento na produtividade da sua lavoura.

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