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Como realizar uma boa rotação de culturas?

rotação de culturas

Conheça mais sobre a técnica que evita a exaustão do solo e, ainda, permite aumentar as produtividades, a rotação de culturas!

O solo tem uma importância central na produção agrícola, pois, sem ele, não seria possível a agropecuária e, tampouco, haveria o agronegócio.

A monocultura, por sua vez, ganha grande destaque quando o assunto é produção em larga escala, isso porque, ela pode gerar margens satisfatórias à viabilidade do negócios agrícolas.

Mas você já parou para pensar o quão saudável está seu solo?

Suas produtividades costumam estar abaixo da média do mercado? 

Sabe aquela nova planta daninha ou praga que surgiu recentemente e os defensivos agrícolas já não conseguem mais controlá-la como antes?

Pois bem, seu solo pode estar “exausto” (debilitado), e a rotação de culturas aparece, então, como uma ótima solução a esse problema!

Então continue a leitura e saiba mais!

O que é rotação de culturas e qual a sua importância?

A rotação de culturas é uma técnica agrícola que consiste em alternar de modo planejado o plantio de diferentes culturas numa mesma área, ao longo dos anos.

O principal objetivo dessa prática é a proteção e a conservação do solo, a fim de evitar sua exaustão, o que, por consequência, pode levar a ganhos de produtividades na lavoura.

Além disso, a rotação de culturas faz parte das boas práticas agrícolas, que são um conjunto de recomendações que visam garantir a qualidade dos alimentos e sua segurança.

Rotação de culturas - Solo degradado em plantio convencional, não apresentando uma estrutura desejável
Solo degradado em plantio convencional, não apresentando uma estrutura desejável (Fonte: Flávio Mendes, 2022)

Benefícios da rotação de culturas

A rotação de culturas possibilita que o sistema torne-se mais produtivo com o passar dos anos, pois ajuda na preservação da saúde do solo.

Dentre os principais benefícios desta técnica, podemos elencar:

  • Melhoria nas condições químicas, físicas e biológicas do solo;
  • Diversidade na produção agrícola;
  • Reposição da matéria orgânica do solo;
  • Aumento da resiliência do solo contra os efeitos climáticos;
  • Auxílio no controle de pragas e plantas daninhas;
  • Viabilização do Sistema de Plantio Direto;
  • Aumento da produtividade.

No entanto, a rotação de culturas exige um horizonte de tempo maior que uma safra, por isso, planejá-la não é uma tarefa tão simples.

Assim, é importante mencionar alguns dos fatores limitantes que precisam ser avaliados pelo produtor junto a sua equipe ao realizar uma rotação de culturas em sua fazenda:

  • É preciso ter um planejamento estratégico detalhado;
  • Pode ser necessário realizar investimentos maiores, sobretudo quanto aos maquinários;
  • A mecanização das atividades pode ser difícil de realizar e conciliar entre as culturas;
  • Pode haver uma maior dificuldades de obter linhas de créditos para culturas de menores interesses econômicos.

Como acontece a rotação de culturas

Primeiramente, é válido comentar que a rotação de culturas também tem como finalidade fins comerciais, além da proteção do solo.

A prática consiste no cultivo de 3 a 4 espécies, geralmente, em uma mesma safra, o que eleva o grau de complexidade das atividades, exigindo um cronograma de execução bem definido.

Rotação de culturas visando à produção comercial, conservação do solo e à redução de sua exaustão, composto por aveia, milho e guandu
Rotação de culturas visando à produção comercial, conservação do solo e à redução de sua exaustão, composto por aveia, milho e guandu (Fonte: Flávio Mendes, 2022)

Assim, cada talhão deve ser analisado quanto à sua aptidão agrícola e suas viabilidades, tal como mecanização e as condições físicas, químicas e biológicas do solo.

Quando adotado o Sistema de Plantio Direto, é fundamental que a rotação de culturas disponha uma quantidade mínima de palhada na superfície do solo, nunca abaixo de 2 toneladas/ha, priorizando espécies de cobertura do solo nas áreas de maior degradação.

Além disso, vale destacar que, no caso da rotação entre milho e soja, as produtividades aumentam, quando comparados a sistemas de monocultivos.

Rotação entre milho e soja comparado com monocultivos
Rotação entre milho e soja comparado com monocultivos (Fonte: Embrapa, 2021)

Como planejar a rotação de culturas

O principal ponto para uma boa rotação de culturas é o planejamento!

Para isso, podemos utilizar a metodologia 5W2H:

  • What: o quê (objetivo);
  • Why: por quê (motivo);
  • Who: quem (responsável);
  • When: quando (cronograma)
  • Where: onde (local);
  • How: como (método);
  • How much: quanto (custo).

Tendo essas 7 respostas claramente definidas, ficará mais fácil sua execução.

É interessante optar por espécies que possuam diferentes sistemas radiculares, como gramíneas (milho, trigo, aveia, cevada) e leguminosas (soja, feijão, crotalária), pois cada uma deixará algo positivo para a próxima cultura.

Isso porque, as gramíneas são eficientes na melhoria da estrutura do solo e controle da erosão, enquanto
que as leguminosas são capazes de fixar o nitrogênio atmosférico por meio de associações
com micro-organismos, o que pode reduzir os custos com adubações.

No cerrado brasileiro, principalmente, é comum a monocultura de soja (leguminosa). A longo prazo, ela pode acarretar em menores produtividades das lavouras devido ao desgaste excessivo do solo, o que também pode levar à danos na parte física e biológica do solo: com perda de biodiversidade de micoorganismos e estruturação.

Neste contexto, a a rotação de culturas com gramíneas (como milho e pastagens) permite restaurar tais características, aumentando a resiliência do sistema agrícola.

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Não basta simplesmente plantar e pronto. É preciso, também, os devidos manejos agrícolas, desde a escolha de variedades adaptadas ao clima da região e a qualidade das sementes até a roçagem para incorporação da matéria seca, calagem e a adubação, quando necessárias.

De acordo com estudos feitos pela Embrapa Soja, para o sistema de rotação com as culturas comerciais, há preferências por plantas de cobertura.

Exemplos de rotação de culturas

A monocultura ou ainda sistemas de sucessão de culturas, como trigo-soja ou milho safrinha e soja, podem causar a degradação do solo ao longo do tempo, reduzindo a produtividade e a diversidade de microrganismos do solo.

Não há um modelo perfeito que atenda a todas as realidades, mas sim, sugestões que vêm sendo praticadas e dando resultados positivos aos agricultores, dentre as quais, para a soja destacam-se:

  • No inverno: trigo, cevada e aveia-branca;
  • No verão: milho, sorgo, algodão e girassol;
  • Para cobertura de solo: aveia, azevém, crotalária, guandu, milheto e nabo-forrageiro;
  • Em regiões sem restrições de temperatura e disponibilidade hídrica, rotação com milho safrinha e girassol.

Conforme a Embrapa, a depender do objetivo desejado, algumas opções são:

  • Produção de palha: aveia-preta – milheto – soja;
  • Elevar reciclagem de nitrogênio (N) e potássio (K) para o milho: aveia – soja – nabo-forrageiro – milho;
  • Controle de doenças na soja: rotação soja – soja – milho (ou soja 2/3 e milho 1/3 da área);
  • Descompactação superficial do solo, produção de palha, reciclagem de potássio (K) e controle de invasoras: nabo-forrageiro – milheto na primavera – soja;
  • Produtividade do milho e estruturação do solo: soja – girassol safrinha – milho.

Conclusão

Embora o retorno financeiro muitas vezes não seja imediato, a rotação de culturas é uma técnica capaz de conservar e melhorar as características do solo.

Além disso, ela também colabora para o aumento da produtividade média da lavoura e a redução de gastos com insumos agrícolas.

Cada espécie tem seu comportamento produtivo aliado às condições locais de solo e clima.

Por isso, o planejamento do ciclo produtivo deve ser feito com bastante atenção e cuidado.

E, para o monitoramento climático e o acompanhamento do desenvolvimento da sua lavoura, o aplicativo BoosterAgro pode te ajudar com isso.

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