Descubra a maneira correta de cortar custos na produção de grãos e saiba quais manejos que se adotados agora, podem refletir em otimização de custos em sua lavoura no futuro!
A produção agrícola é uma das principais bases econômicas do nosso país, com destaque para a produção de grãos.
E o processo de produção exige capital para acontecer, uma vez que os custos são parte deste processo. No entanto, o preço dos insumos, maquinários, produtos necessários para lavoura entre outros, aumentam a cada ano.
Assim, o produtor, muitas vezes deixa de realizar ou reduz a frequência de alguns manejos, a fim de diminuir estes gastos. Porém, você sabia que para diminuir os custos da produção de grãos este não é o melhor caminho?
Pois é! Então, venha conferir neste texto como reduzir os custos sem abrir mão dos insumos adequados e dos manejos essenciais!
Antes de tudo, conheça os principais custos da lavoura
O custo de produção de uma cultura considera todos os gastos com a lavoura, desde os insumos como, por exemplo, sementes e adubos, até a parte financeira, como financiamento, depreciação, entre outros.
Estrutura de custos
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divide o custos da lavoura nos seguintes fatores:
- (a) Despesas de custeio;
- Operação com animal, com avião e com máquinas (tratores, colheitadeiras, conjunto de irrigação)
- Aluguel de máquinas e animais
- Mão de obra
- Administrador
- Sementes e mudas
- Fertilizantes
- Agrotóxicos
- Receita
- Outros (embalagens, utensílios, análise de solo etc)
- (b) Outras despesas;
- Transporte externo
- Despesas administrativas
- Despesas de armazenagem
- Beneficiamento
- Seguro da produção
- Seguro do créditos
- Assistência técnica
- Classificação
- CESSR (contribuição especial para a seguridade social rural )
- Outros
- (c) Despesas financeiras;
- Juros do financiamento
- (d) Depreciações;
- Depreciações de benfeitorias/instalações
- Depreciação de implementos
- Depreciação de máquinas
- (e) Outros custos fixos;
- Manutenção periódica de benfeitorias/instalações
- Encargos sociais
- Seguro do capital fixo
- Arrendamento
- (f) Renda de fatores
- Remuneração das despesas sobre o capital fixo
- Terra própria.
Por fim, há também a divisão dos custos em:
Custos variáveis (I) =Despesas de custeio (a) + Outras despesas (b) + Despesas financeiras (c)
Custos fixos (II) = Depreciação (d) + Outros custos fixos (e)
Custo operacional (III) = Custos variáveis (I) + Custos fixos (III)
Custo total (IV) = Custo operacional (III) + Renda de fatores (f)
Custos fixos e variáveis
Retomando, é possível classificar os custos em fixos e variáveis:
- Custos fixos, que são aqueles que não mudam independentemente da quantidade produzida;
- Custos variáveis, que mudam conforme a quantidade produzida na lavoura.
Assim, conforme aumenta o nível tecnológico da sua área, o investimento em insumos, o manejo e o volume da produção obtida, aumentam também os custos com a lavoura.
Então, quando pensamos em reduzir o custo da lavoura, não significa deixar de utilizar sementes certificadas, comprar produtos sem procedência, reduzir o uso de fertilizantes ou deixar de fazer uma pulverização necessária.
Significa realizar corretamente o planejamento de safra e o manejo, para que as decisões tomadas e os investimentos feitos com os insumos sejam refletidos no volume produzido, trazendo maior rentabilidade.
Desse modo, observando o custo de produção acima, o custo fixo é algo que muitos produtores deixam de realizar a fim de diminuir os gastos. Porém não se pode reduzir e muito menos ignorar tais custos.
É preciso realizar o pagamento deste custo para que haja caixa em eventuais necessidades como, por exemplo, a troca de maquinário.
O mesmo ocorre para o custo variável, onde não se deve abrir mão de insumos de qualidade. Por isso, é preciso realizar o planejamento antes da safra, para que este gasto não fique acima do necessário.
Dicas para diminuir os custos na lavoura na produção de grãos
Entendendo, portanto, que a diminuição dos custos não deve ser realizada deixando de obter produtos de qualidade, veja abaixo algumas dicas de como reduzir os custos sem comprometer sua produtividade!
1. Planejar para ter um bom início de safra
O planejamento é a base de um bom começo de safra, pois é por ele que as atividades e capital são programados para determinada cultura durante o ano safra.
Pelo planejamento deve se definir:
- O que irá semear e quando irá semear;
- Quanto de capital é possível para o sistema da propriedade;
- Quando será a colheita;
- Qual o preço de venda e até quando é preciso vender.
Se o planejamento é feito com antecedência, o custo de produção já fica pré-definido, pois os insumos e produtos básicos já são programados com base no orçamento disponível.
Ficando poucos produtos e manejos a serem adquiridos e realizados devido a eventualidades que possam surgir no decorrer da produção.
Assim, sabendo os produtos que serão utilizados com antecedência, a compra antecipada e a pesquisa de preço garantem redução dos gastos.
Sendo possível saber o quanto de produção se espera por hectare, o valor mínimo de venda do produto.
Mas, para realizar um bom planejamento, é necessário conhecer sua propriedade, saber o histórico da área, do clima, de produção.
Para isso, anotações devem ser realizadas, e quanto mais conhecimento se tem da área, mais assertivo se torna o planejamento.
2. Acertar na semeadura
Realizado corretamente o planejamento, colocar em prática o que foi definido é fundamental, e o primeiro passo é a semeadura.
Obter sementes de qualidade é um fator chave na produção, mesmo com custo elevado, as vantagens de sua utilização são inúmeras.
Para saber mais sobre a importância da qualidade de sementes, clique aqui!
Outro ponto importante é escolher adequadamente a cultivar conforme seu solo e região, para que ela possa expressar seu potencial produtivo.
Além disso, deve-se realizar o tratamento de sementes e semear na época recomendada da sua região e da cultivar escolhida.
3. Realizar o manejo de pragas, doenças e plantas daninhas
A condução correta da lavoura é outra dica importante para diminuir os custos. Para isso, o manejo correto das pragas, doenças e plantas daninhas é muito importante.
Com o conhecimento da área de produção, já é possível saber quais são as principais daninhas, pragas e doenças mais comuns no local. Assim, o manejo destas devem entrar no planejamento da safra.
Além disso, a compra de produtos de procedência, a utilização na época correta, com a dosagem recomendada e a aplicação sendo feita nas condições ideais de tempo e velocidade do pulverizador, são fatores que colaboram para que não ocorram custos acima do planejado.
Isso porque, a realização de uma boa aplicação vai atingir o alvo desejado, controlando e eliminando, evitando as perdas de produção devido a interferência que as pragas, doenças e plantas daninhas causam nas plantas.
Desse modo, o valor gasto com estes produtos retornará conforme a quantidade de grãos produzidos.
4. Atenção às operações mecanizadas
Em grandes áreas, principalmente, todo o manejo se faz com máquinas. Por isso, o cuidado com estes equipamentos e seu uso correto é muito importante.
Primeiro ponto a ser considerado nesta dica é a regulagem das máquinas, seja semeadora, pulverizador, colhedoras ou tratores.
A regulagem deve ser feita para que a distribuição da quantidade de sementes e adubo seja correta e em profundidade ideal, refletindo na maior uniformidade das plantas na área.
Além disso, o pulverizador deve estar sempre limpo para evitar qualquer contaminação que possa causar fitotoxidade nas plantas devido a má lavagem do tanque.
Os bicos devem estar limpos para que a vazão correta seja aplicada e a velocidade de deslocamento mantida, para que ocorra aplicação uniforme em toda área.
Já a colhedora deve ser regulada para evitar: a perdas dos grãos; o amassamento e esmagamento dos grãos; e a entrada de sujeiras junto ao material colhido. Para isso, também é necessário manter uma velocidade ideal de deslocamento da colhedora durante a colheita.
5. Monitoramento
Para que as operações ocorram no momento ideal, seja na semeadura, pulverizações e colheita, o monitoramento do tempo deve ser constante.
A dica é semear quando a área estiver pronta, ou seja, livre de plantas daninhas e que tenha água no solo o suficiente para ocorrer a germinação e emergência das plântulas.
Assim, o monitoramento do tempo é essencial para que não haja risco de perda das sementes e adubos já usados.
Outro momento que necessita de monitoramento é na aplicação de produtos, seja para controle de pragas, doenças ou plantas daninhas.
Saber se há determinada praga na lavoura, se é o momento de aplicar, se as condições ambientais estão favoráveis para a aplicação, exige planejamento e monitoramento.
Alguns aplicativos podem te ajudar em todos estes momentos, desde o planejamento da semeadura até a colheita.
Como o aplicativo da BoosterAgro, que possui um registro de eventos climáticos que ocorreram em seu campo, previsão do tempo, alerta de pragas e a recomendação para pulverizar baseada nas condições meteorológicas.
Assim, com o uso destas ferramentas durante as operações, há um maior aproveitamento dos produtos, das máquinas e, por consequência, um reflexo positivo na produção.
Práticas que auxiliam na redução dos custos ao longo dos anos
Na agricultura o ano safra não é algo isolado, é um conjunto de operações e manejos realizados todo ano que acumulam efeitos positivos ou negativos para os anos seguintes.
Assim, adotar algumas práticas durante as safras podem gerar redução dos custos em safras posteriores.
A manutenção da palhada no solo é uma delas, pois, além de manter a água no solo, evitar erosão, entre outros aspectos físicos, causa uma barreira para penetração de luz no solo. Com isso, algumas plantas daninhas, que necessitam de luz para germinar, não se desenvolvem.
Outra prática recomendada é a mudança de ingrediente ativo dos produtos para controle de pragas e plantas daninhas.
Isso porque, o uso constante do mesmo herbicida pode levar à resistência das plantas daninhas. O que pode exigir, futuramente, o aumento de dose ou mais aplicações do produto para controle, provocando assim um aumento dos custos.
Por fim, a rotação de culturas também é uma prática de manejo adequada para controle de pragas e doenças, pois com a mudança das espécies cultivadas na área, as pragas e doenças ficam sem plantas hospedeiras, diminuindo sua população.
Com a redução das pragas e doenças, as aplicações dos produtos para controle podem ser cada vez menores.
Conclusão
Em resumo, diminuir o custo de produção de grãos não significa economizar na compra de insumos e nas operações.
Isso porque, a economia começa antes da implantação da cultura: um planejamento feito com antecedência, por exemplo, pode gerar redução de custos devido a possibilidade de negociar o preço dos insumos e buscar melhores ofertas.
Além disso, é preciso estar atento ao manejo da área, pois algumas ações feitas no presente podem ter um impacto nos próximos anos, levando à redução dos custos.