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Deficiência de nitrogênio no milho | Como diagnosticar

milho

Deficiência de N no milho: entenda a importância do nitrogênio nas plantas de milho e saiba como avaliar os sintomas de deficiência e realizar adubação nitrogenada.

Os nutrientes são essenciais para todas as plantas, e para as culturas agrícolas isso não é diferente.

Todos os nutrientes são de grande importância, entretanto, alguns são exigidos em maiores quantidades, como é o caso do nitrogênio.

Isso porque, o N é um dos elementos mais importantes para o crescimento e desenvolvimento das plantas, uma vez que desempenha funções fundamentais em metabolismo.

Assim, no caso do milho, a deficiência de nitrogênio no milho pode gerar perdas de produção e diminuição da qualidade dos grãos.

Então, venha conferir informações que te ajudarão a reconhecer a deficiência nutricional de nitrogênio no milho e como evitar este problema!

Conheça a necessidade nutricional do milho

Com o avanço tecnológico, principalmente do melhoramento genético, a cultura do milho tem apresentado aumento na produtividade ao longo das últimas safras.

Mas, para obter o potencial de produção dos híbridos disponíveis no mercado é preciso ficar atento à nutrição das plantas e à fertilidade do solo.

Além disso, a exigência nutricional da cultura tende a aumentar com o aumento na produção de grãos ou silagem.

Dessa forma, também ocorre uma maior extração de nutrientes do solo pela cultura, para que as plantas se desenvolvam. 

E também uma maior exportação desses nutrientes através da colheita.

Tabela mostrando a extração média de nutrientes pela cultura do milho destinada à produção de grãos e silagem
Extração média de nutrientes pela cultura do milho destinada à produção de grãos e silagem (Fonte: Embrapa)

Assim, após a colheita parte deste nutriente fica na área, se decompondo e retornando para o solo por meio dos colmos, folhas e raízes, e outra parte é exportada junto com os grãos. 

O milho é uma cultura exigente em nutrientes, principalmente nitrogênio, fósforo, potássio, enxofre, cálcio e magnésio, pois são os principais nutrientes exportados pelos grãos.

Tabela mostrando a Extração média de nutrientes pela cultura do milho destinada à produção de grãos e silagem
Exportação média de nutrientes na produção de grãos de milho
(Fonte: Embrapa)

Sendo imprescindível a aplicação destes elementos no solo e nas plantas, a fim de suprir a demanda da cultura e manter o solo equilibrado nutricionalmente.

A função do nitrogênio no milho

Todos os nutrientes são importantes para a produção de grãos de milho, entretanto, o nitrogênio é o requerido em maior quantidade.

Isso porque, é um elemento fundamental no crescimento da parte aérea e radicular das plantas.

Ou seja, sem ele a planta não realiza a fotossíntese, que é responsável pela produção de energia e consequentemente manutenção da vida das plantas.

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Outro exemplo da importância do nitrogênio é que ele está presente nos aminoácidos das plantas que, entre tantas funções, confere maior resistência a estresses climáticos, além de maior tolerância ao ataque de pragas e doenças.

Em resumo, o N é fundamental no metabolismo das plantas, pois:

  • Faz parte da formação da clorofila, que é um componente essencial para a fotossíntese;
  • Tem participação estrutural e funcional nas células;
  • É um componente de vitaminas, carboidratos, enzimas, aminoácidos e proteínas;

Pode parecer pouco, mas sem a presença de nitrogênio a planta não se desenvolve!

Além disso, o milho é uma cultura bastante responsiva quando se trata da adubação nitrogenada.

Assim, é importante ficar atento no fornecimento deste elemento na cultura, para que não ocorra a deficiência deste nutriente e, como consequência, um impacto negativo na produção das lavouras de milho.

Quais são os sintomas de deficiência de nitrogênio no milho? 

Devido a sua participação na molécula de clorofila, o principal sintoma de deficiência de nitrogênio no milho pode ser observado nas folhas.

Isso porque, a clorofila é o que confere a coloração verde nas folhas, assim, se ocorrer falta de nitrogênio elas ficam com coloração amarelada.

Além disso, se a deficiência de N no milho ocorrer desde o início do ciclo da cultura, as plantas podem ter um crescimento atrofiado em comparação com plantas supridas deste nutriente.

Parcelas de milho com deficiência de nitrogênio em comparação com milho sem deficiência
Parcelas de milho com deficiência de nitrogênio em comparação com milho sem deficiência (Fonte: Yara)

Já a deficiência de nitrogênio após o crescimento da cultura é observada primeiro nas folhas mais velhas, que vão da ponta para a base das folhas, com um amarelecimento em formato de V.

Progressão da deficiência de nitrogênio em formato de V nas folhas de milho
Progressão da deficiência de nitrogênio em formato de V nas folhas de milho (Fonte: Yara)

Se a planta permanecer com a deficiência de nitrogênio, as folhas amarelas podem necrosar e cair.

No caule, por sua vez, a falta de nitrogênio pode provocar uma coloração avermelhada.

Plantas de milho sem e com deficiência de N
À esquerda: plantas de milho com deficiência de N apresentando crescimento reduzido, folhas verde-amarelas e base do caule avermelhado. À direita: plantas sem deficiência de N (Fonte: Yara)

A falta deste nutriente também afeta a formação dos grãos, ocorrendo diminuição das espigas e falha no enchimento dos grãos que ficam na extremidade das espigas.

Além da menor produção, também há a redução da qualidade dos grãos, pois o conteúdo de proteína dos grãos é influenciado pelo teor de N durante a maturação.

Impacto da deficiência de N na produção de espigas de milho
Produção de espigas de plantas sem deficiência de N (esquerda) e espigas produzidas em deficiência de N (direita).
(Fonte: Yara)

Quando realizar a adubação nitrogenada?

Para realizar a adubação nitrogenada, deve-se levar em consideração os riscos de perda por erosão, lixiviação, desnitrificação e volatilização dos adubos nitrogenados.

Assim, como o N é bastante requerido pela cultura do milho, parte da adubação é feita na semeadura e parte em cobertura

A máxima absorção de nitrogênio ocorre no pendoamento, por isso, é necessário fornecer este nutriente antes, para que neste momento haja a disponibilidade adequada.

Portanto, a aplicação de N no plantio é feita entre 30 a 50 kg/ha ou 33% do N necessário, e o restante é aplicado em cobertura, após 45 dias do plantio.

Gráfico mostrando a curva de absorção do nitrogênio durante a produção de milho
Curva de absorção do nitrogênio durante a produção de milho (Fonte: Forseed)

Para mensurar a quantidade de N a se aplicar, é preciso levar dois fatores em consideração:

  • Produtividade esperada de grãos;
  • Cultura anterior presente na área.

Estes dois parâmetros servem para estimar a quantidade de N já disponível no solo, pois plantas leguminosas, como a soja, podem deixar cerca de 15 kg de N por tonelada de grãos produzidos.

Desse modo, é importante conhecer alguns pontos como por exemplo:

  • Histórico da área;
  • Quantidade de matéria orgânica do solo;
  • Fonte de nitrogênio;
  • Condições edafoclimáticas (ou seja, tempo, clima, tipo de solo etc);
  • Sistema de cultivo (plantio direto e convencional);
  • Se o milho é de primeira ou segunda safra;
  • Material genético utilizado.

Conhecendo sua área e fazendo o planejamento correto da adubação, a deficiência de N no milho não ocorrerá.

Conclusão

Em resumo, os sintomas de deficiência de nitrogênio podem aparecer no início ou final do desenvolvimento das plantas de milho e podem afetar a produção e qualidade dos grãos!

Isso porque, o nitrogênio é o nutriente exigido em maior quantidade pela cultura do milho.

Dessa forma, é importante saber identificar os sintomas desta deficiência e conhecer o momento mais adequado para realizar a adubação nitrogenada, para que assim, não falte nitrogênio nos períodos em que a cultura mais precisa.

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