Cultivo

Pós-colheita do milho safrinha: 5 dicas de ouro

Entenda o contexto da safra atual, os processos envolvidos na pós-colheita do milho safrinha e 5 dicas para garantir a qualidade dos grãos após a colheita e durante o armazenamento!

O milho é cultivado em até três safras de Norte a Sul do país. Só a segunda safra, também conhecida como safrinha, corresponde a 90% da produção do grão.

Para a safra 21/22, a estimativa é de a produção alcance 88,48 milhões de toneladas em uma área agrícola de 16 milhões de hectares.

Diante dessa estimativa, é importante que os produtores estejam preparados para a fase seguinte à colheita: a pós-colheita.

Quando não bem planejada e executada as perdas em pós-colheita podem ser bastante significativas.

Por isso, é indispensável conhecer os cuidados para se obter bons resultados, bem como para reduzir as perdas.

Conheça, a seguir, os processos envolvidos na pós-colheita e veja 5 dicas essenciais para garantir a qualidade e um armazenamento seguro da sua safra.

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As expectativas para a safra 2021/2022

De acordo com o último levantamento da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), publicado em julho de 2022, a safra brasileira de milho está estimada em 115,7 milhões de toneladas – aumento de 32,7% frente à safra passada. 

Boa parte desses bons resultados são atribuídos, principalmente, à segunda safra do grão.

Isso porque, a projeção de aumento de área pela Conab em 9,7% deve compensar a queda de quase 15,3% na safra da região Sul – resultado do déficit hídrico entre o fim de 2021 e início de 2022.

Além disso, a antecipação da colheita da soja também beneficiou o cultivo do milho.

Assim, diante das boas condições na maioria das áreas de produção, a produtividade média estimada é de 5.376 kg/ha, correspondente ao aumento de 32,7%, quando comparada à safra anterior.

(Fonte: Conab, 2022)

Perdas na pós-colheita do milho safrinha

Estima-se que no Brasil, cerca de 20% da produção seja perdida na pós-colheita – valor bastante elevado.

Ou seja, após todos os custos e investimentos para a produção – de defensivos à maquinário –, e todo o planejamento, um quinto da produção é desperdiçada.

Essas perdas ocorrem, principalmente, por conta:

  • da colheita com teor de água acima do ideal;
  • da demora ou inexistência da secagem do grão;
  • do ataque de pragas e doenças;
  • do transporte inadequado;
  • problemas no beneficiamento, como a desregulagem de máquinas;
  • e falhas no armazenamento.

Diante dos dados animadores de estimativa de produção da cultura, especialmente segunda safra, é importante que a etapa de pós-colheita seja devidamente planejada e executada.

Processos envolvidos na pós-colheita do milho safrinha

Como vimos, a pós-colheita do milho safrinha contempla todas as etapas após a colheita do grão na lavoura.

Dependendo da condição em que os grãos chegam na unidade de beneficiamento, eles são destinados a diferentes processos, conforme o fluxograma abaixo:

Etapas da pós-colheita de grãos, a depender das impurezas e teor de água no ato do recebimento (Fonte: SENAR, 2018)

Assim, as etapas da pós-colheita do milho safrinha incluem:

  • a recepção dos grãos na unidade de beneficiamento (ou local da própria fazenda);
  • pré-limpeza;
  • limpeza;
  • secagem;
  • e armazenamento.

5 dicas para a pós-colheita do milho safrinha

Agora que já conhecemos as etapas envolvidas na pós-colheita do milho safrinha, veja a seguir, as 5 dicas de cuidados nestas operações e evite perdas!

1. Monitorar o teor de água dos grãos para a colheita

A colheita do milho deve ser feita quando o teor de umidade dos grãos estiver entre 18% e 24%, desde que seja possível realizar a secagem o mais rápido possível.

Quando nenhuma estrutura de secagem estiver disponível, é necessário que os grãos sejam secos no campo, o máximo possível, para então serem colhidos.

(Fonte: SENAR, 2018)

2. Separar os lotes por faixas de umidade

Após a recepção na unidade de beneficiamento de grãos (UBG) – que envolve pesagem em balança rodoviária, amostragem, classificação dos grãos recebidos etc – se possível, separar os lotes por faixas de umidade.

Isso reduz os custos na secagem e evita que os grãos secos sejam misturados com grãos úmidos, o que poderia favorecer o deterioração.

3. Manter os grãos o menor tempo possível nas moegas

As moegas não são locais de armazenamento, por isso, os grãos devem permanecer o menor tempo possível nesta área.

Além disso, é preciso esvaziá-las totalmente a cada 48 horas.

Elas também devem ser limpas diariamente para evitar que ocorra a obstrução das bocas e também a formação de massas de grãos compactados (devido ao aquecimento acelerado).

4. Garantir que a massa de grãos esteja limpa ao realizar secagem

Para a operação de secagem, os grãos precisam estar previamente limpos.

Isso porque, a presença de palhas e materiais de fácil combustão pode levar a riscos de de incêndio.

5. Realizar a manutenção do local de armazenagem

Alguns dos principais fatores que influenciam no armazenamento dos grãos são: o teor de água, a temperatura e a umidade relativa do ar.

Por isso, é importante realizar a manutenção do local de armazenamento e corrigir infiltrações e goteiras, proteger o local contra a entrada de pássaros e roedores para, assim, evitar a proliferação e reprodução de insetos e microrganismos.

Além disso, vale lembrar que os insetos são a principal causa da deterioração dos grãos armazenados, principalmente no milho, e podem até mesmo levar à perda total.

Assim, para o controle dos insetos, é de extrema importância o monitoramento constante da massa de grãos, pois o ataque de insetos em pontos localizados, causa o aquecimento e favorece o desenvolvimento de fungos.

Os fungos, estão em segundo lugar no quesito perdas.

O agravante da presença dos fungos é a produção de micotoxinas, que podem causar sérios problemas à saúde humana e animal.

Conclusão

O principal objetivo da pós-colheita é manter a qualidade da produção agrícola, até porque, não é possível incrementá-la nesta etapa. Mas é possível perdê-la;

Por isso, a etapa de pós-colheita do milho safrinha é tão importante quanto às etapas anteriores de produção.

Vale lembrar que, os principais fatores que influenciam na pós-colheita são: teor de água (ou umidade dos grãos) após a colheita e durante o armazenamento; temperatura do local de armazenamento; e umidade relativa do ar.

Quando não são realizadas boas práticas agronômicas relacionadas a estes fatores, podem ocorrer perdas significativas de grãos.

Assim evitar tais perdas é essencial para o produtor tenha melhores resultados e retorno financeiro de sua produção, afinal, depois de tantos custos e investimentos, perdão parte da massa de grãos por práticas inadequadas é jogar dinheiro fora.

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