Saiba tudo sobre a estrutura do solo, sua importância e quais práticas adotar para sua conservação
O solo é derivado da decomposição de rochas, ou seja, ao longo de muitos e muitos anos, sob influência do sol e da chuva constantes, a rocha é transformada em diferentes tipos de solos.
Ele é composto por camadas (também chamadas de horizontes ou perfil do solo), sendo que a camada mais superficial (em torno dos 20 cm) é a mais rica em matéria orgânica.
Essa é a principal camada para o fornecimento de nutrientes às plantas, enquanto que as mais profundas servem para drenagem da água e sustentação do vegetal.
Além disso, ele não é homogêneo, variando de fazenda para fazenda, e até mesmo dentro da mesma propriedade.
Algumas das propriedades que caracterizam cada tipo de solo são: cor, textura, estrutura, porosidade, consistência e coesão.
A cor do solo ajuda a indicar a composição química dele, e é por meio da cor que se faz inferências sobre o teor de matéria orgânica presente, elemento que é fundamental na produção agrícola.
A textura (ou granulometria) refere-se à composição do solo e a proporção de argila, silte e areia presentes nele.
Além disso, a textura influencia diretamente na aeração do solo e no comportamento da água no solo, seja para drenagem ou armazenamento. Assim:
A estrutura do solo corresponde ao arranjo das partículas primárias com as demais substâncias, tais como matéria orgânica, óxido de ferro e alumínio etc., podendo ser caracterizada quanto ao tipo, tamanho e grau de desenvolvimento.
A porosidade diz respeito à quantidade e tamanho dos poros presentes no solo. Assim, a importância destes poros, por sua vez, é que eles são ocupados por água ou ar.
Dessa forma, a porosidade do solo influencia na aeração, na retenção e condução de água e na resistência do solo à penetração das raízes das plantas.
E isso tudo interfere na capacidade da planta de obter água e nutrientes disponíveis no solo.
Na consistência é avaliada a condição de umidade do torrão, podendo ser de consistência seca, úmida ou molhada.
Solos com boa friabilidade (torrão que se desfaz com uma leve pressão entre o dedo indicador e o polegar) podem ser arados mais facilmente que os solos pegajosos (plásticos), os quais possuem restrição em seu manuseio, por aderirem fortemente ao rodado e ao implemento agrícola.
A coesão remete à dureza do solo, sendo classificados como moderadamente coeso ou fortemente coeso.
Em solos fortemente coesos, há limitações físicas que impedem o desenvolvimento radicular, inibindo o crescimento da planta (quando seco) ou tornando-se uma estrutura instável (quando úmido), o que dificulta a mecanização.
A estrutura do solo nada mais é que a combinação dos materiais que compõem o solo, formando agregados, sendo um ambiente dinâmico, composto pelo conjunto dos fatores listados acima.
Sabemos que a água é um fator limitante no crescimento das plantas. Então, um solo bem estruturado é capaz de apresentar uma relação harmônica com a dinâmica da água, aproveitando-a da melhor forma possível.
Em resumo, um solo bem estruturado garante:
Assim, é extremamente importante que o solo possua uma estrutura satisfatória, pois isso proporcionará melhores condições para que as raízes das plantas cresçam e se desenvolvam. Consequentemente, isso se refletirá na rentabilidade da lavoura.
Mas, como avaliar a estrutura? Quais práticas adotar?
A Embrapa possui o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos.
A classificação foi feita “a partir da avaliação dos dados morfológicos, físicos, químicos e mineralógicos do perfil”, considerando o “clima, vegetação, relevo, material originário, condições hídricas, características externas ao solo e relações solo-paisagem, são também utilizadas”.
Portanto, conhecer as características químicas, físicas e biológicas do solo é fundamental para melhorar as condições de produção da sua lavoura.
Quatro ações importantes para a conservação do solo: Sistema de Plantio Direto (SPD), rotação de culturas, adubação verde e plantio em curvas de nível.
Além disso, para melhorar a estrutura do solo, deve-se evitar o uso de máquinas pesadas em solos muito molhados. No entanto, caso realmente seja necessário, como recomendação, há duas possibilidades:
Vale destacar que é mais interessante que o produtor opte pela segunda opção, realizando um manejo a fim de recuperar a sua qualidade física.
Isso porque a ação mecânica transfere a camada superficial compactada para a camada subsuperficial, podendo ser algo paliativo.
Um dos principais problemas vivenciados pelos produtores é a compactação, na qual o uso de máquinas pesadas faz com que as partículas do solo se aproximem mais entre si, reduzindo a porosidade do solo, devido à pressão do rodado dos tratores, colhedoras etc.
Além disso, o manejo incorreto do solo pode levar à sua desestruturação. E um solo desestruturado também tende a sofrer mais com a erosão, que, num nível avançado, causará voçorocas e lixiviação de nutrientes.
Pela erosão perde-se o volume de solo mais fértil, que é o da camada superficial, podendo causar voçorocas que, inclusive, podem dificultar a mecanização da área.
Além disso, a área fica sujeita à lixiviação, na qual ocorre a “lavagem” dos nutrientes pelo escoamento da água superficial, sendo este um processo mais comum em regiões tropicais, devido à grande quantidade de chuvas, cujas enxurradas levam os sedimentos das áreas mais altas às mais baixas.
Além disso, em solos compactados temos a redução da porosidade, o que prejudica a infiltração da água.
A entrada de maquinários na lavoura precisa acontecer no momento certo, para que assim, se evite a circulação de máquinas pesadas sobre um solo muito molhado, o que poderia levar a compactação.
Por isso, é importante acompanhar as condições climáticas da sua lavoura, saber se choveu ou vai chover, e o quanto choveu ou qual o volume previsto.
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Em resumo, cada solo tem um manejo específico.
Contudo, em todos eles a conservação de sua estrutura é fundamental!
Por isso, trabalhar com solos que passaram por algum processo de desestruturação não é algo simples, e exige tempo e adoção de diversas práticas de manejo.
Porém, no médio e longo prazo os resultados acabam justificando as ações.
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