A produção da commodity deve bater recorde nesta safra! Mas, e o que esperar do preço da soja?
Com a finalização do plantio de soja, as expectativas, agora, estão voltadas para os preços da safra 2021/2022, que deve alcançar produção recorde.
Apesar da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estar otimista, prevendo o aumento dos preços da commodity, as consultorias especializadas estão mais cautelosas.
Isso porque, para alguns especialistas do setor privado, os preços da soja tendem a ficar estáveis.
De qualquer forma, o ideal é se manter informado e monitorar o mercado! Então, saiba mais neste artigo.
Os relatórios oficiais mais recentes dos Estados Unidos, Brasil e consultorias apontam para um novo recorde de produção da soja brasileira na safra 2021/2022.
Apesar das previsões de safra mudarem entre os principais relatórios, a expectativa é de uma aumento de 3,4% a 4% na produção desta temporada.
A principal razão para a produção recorde da safra 2021/2022 de soja são as chuvas de final de ano que têm se mantido regulares na maior parte das regiões produtoras.
De acordo com o boletim Progresso da Safra, da Conab, o plantio da soja 2021/2022 já havia atingido 95,1% até o dia 4/12, enquanto na mesma época do ano passado esse número era de 90,2%.
As chuvas, de acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), devem atingir mais de 100 mm nos estados do Mato Grosso Goiás e Distrito Federal entre dezembro e janeiro.
De acordo com o o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), entre dezembro e janeiro, as chuvas devem atingir mais de 100 mm no: Mato Grosso; Goiás; e também no Distrito Federal.
Situação semelhante ocorre na região do Matopiba, que reúne áreas do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, onde as chuvas também estão mais regulares que em 2020.
A exceção é o Sul do Brasil, que, por conta do efeito La Niña, pode enfrentar uma estiagem e, por isso, prevê queda na produção de soja e milho 1ª safra.
Além disso, os dados da Conab apontam que, para a temporada 2021/2022, as áreas de soja do país devem crescer 3,7%, em comparação a anterior. Com isso, devem atingir 40,3 milhões de hectares.
Já a produtividade esperada é de 3,3 kg/ha, leve aumento de 0,3%.
Por ser uma commodity agrícola, a soja tem o seu preço definido no mercado internacional.
Assim, o preço da oleaginosa varia, principalmente, de acordo com as alterações de oferta e demanda global. Além disso, a principal referência de preço internacional a Bolsa de Valores de Chicago.
Lá, o preço da soja é dada em dólar por bushel (US$/ bushel).
O bushel equivale a 27,215 kg de soja e seu valor em dólar deve ser somado ao prêmio ofertado. Ou seja, se a soja está a US$ 15/bushel e o prêmio é de US$ 0,30. Então o valor para a negociação será de US$ 15,30/bushel.
Atualmente, na Bolsa de Chicago, a soja está cotada a US$ 12,61 por bushel no preço futuro (janeiro de 2022). Mas, há a possibilidade de chegar a US$ 12,82/bushel em julho de 2022.
Os preços da soja em relação ao mercado da bolsa de valores dificilmente sofrem alterações, com exceção de casos específicos, como no caso da soja certificada, que pode ter um valor agregado na negociação.
Como boa parte da soja é produzida em três países (Estados Unidos, Brasil e Argentina), uma quebra de safra em qualquer um deles altera significativamente os preços.
“O cenário base ainda sugere espaço limitado para grandes altas no terminal de Chicago diante da boa produção norte-americana na safra 2021/22 e também da perspectiva, até o momento, de boa safra na América do Sul”. Análise do Itaú BBA Agro
Além disso, um destaque dos analistas é com relação às incertezas provocadas pela nova variante da Covid-19, a Ômicron, que pode influenciar negativamente o mercado.
No Brasil, os preços da soja devem seguir sem grandes aumentos diante da expectativa de início da colheita em janeiro e da redução da mistura de biodiesel, que poderá impactar negativamente os prêmios nos portos.
Os analistas da StoneX avaliam que o ritmo de vendas de exportação de soja para o EUA para a safra 2021/2022 está mais lento que o mesmo período de 2020.
“O melhor período de exportações dos Estados Unidos são os últimos meses do ano e esses atrasos trazem preocupação sobre o quanto o país vai conseguir embarcar antes da demanda da safra brasileira, mais barata, no começo de 2022”, Análise da StoneX.
Além de um indicativo mais claro em relação à oferta, com o avanço da temporada no hemisfério Sul, a demanda também pode trazer boas surpresas nos próximos meses com o ciclo 2021/2022 estando longe de estar definido.
De acordo com a Conab, as exportações da safra 2021/2022 de soja do Brasil deverão ser de 90,97 milhões de toneladas.
Com relação aos preços, a Conab avalia que há:
“Tendência de crescimento, graças ao movimento de recomposição dos estoques por parte de diversos países e ao aquecimento da demanda por grãos, principalmente os destinados para ração animal”.
Este cenário dá suporte ao otimismo observado nesta temporada”, afirma o órgão federal.
Os preços da soja, conforme vimos neste artigo, devem variar pouco ou nada neste início de 2022 ou ainda até pela metade do ano que vem.
As demandas da China, maior comprador mundial do grão, devem continuar, sobretudo porque o país asiático precisa da oleaginosa para alimentar os suínos.
Assim, o ideal agora é organizar o trabalho dentro das fazendas para proporcionar uma produção eficiente e redução de custos, o que pode ser feito por meio de tecnologias de agricultura de precisão.
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Jornalista e pós-graduado em Agricultura de Precisão.
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