A geada é uma grande preocupação de inúmeros agricultores, uma vez que o fenômeno pode trazer sérios prejuízos às lavouras.
Além disso, no Brasil, é ela é mais frequente nos estados de Minas Gerais (região Sul), São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Para entender como é que as geadas se formam, seus diferentes tipos e de que maneira cada uma delas afeta às culturas em campo, continue a leitura!
A geada é um fenômeno que causa o congelamento dos tecidos vegetais, o que provoca a morte das plantas ou suas partes (folhas, ramos, frutos, caule), em função da baixa temperatura do ar, que atinge 0°C, havendo ou não a formação de gelo sobre os tecidos.
Assim, a suscetibilidade das culturas agrícolas às geadas varia com a espécie e com a fase fenológica no momento da ocorrência.
É possível separar as geadas em alguns tipos de acordo com a sua:
Como mencionado, as geadas podem se formar de quatro formas: geada de advecção ou vento frio; de radiação; mista; e de canela.
No caso da geada de advecção ou de vento frio, há ventos fortes e constantes com temperaturas muito baixas durante muitas horas seguidas. Com isso, o ar frio resseca a folhagem e causar a sua morte.
Além disso, vale destacar que, a advecção de ar frio é resultado da entrada de massas de ar frio originadas da região polar.
Já a geada de radiação acontece quando há o resfriamento intenso da superfície devido à perda de energia em noites de céu limpo – o que é provocado por um sistema de alta pressão que inibe a formação de nuvens no céu o que facilita a perda de radiação da superfície para a atmosfera.
A geada mista, por sua vez, é quando acontecem sucessivamente os dois processos citados anteriormente. Ou seja, ocorre a entrada do ar frio e seco que fica estagnado sobre a região favorecendo intensa perda de energia durante a noite.
E, por fim, há também a geada de canela, que é provocada pelo vento que sopra morro abaixo em noites de intenso resfriamento da superfície.
Assim, o vento congela a seiva que passa pelo caule das plantas próximo ao solo (“canela” da planta), com isso, os vasos condutores de seiva nessa região são necrosados, aparentando cor escura.
Também é possível separar a geada em dois tipos, de acordo com o seu aspecto visual: geada negra e geada branca.
A geada negra acontece quando a umidade do ar está baixa e a perda radiativa é intensa. Isso causa um forte resfriamento a ponto de chegar a temperatura letal da planta. Além disso, em função da baixa umidade no ar não há deposição de gelo.
Já a geada branca ocorre quando o intenso resfriamento noturno provoca o congelamento sobre as plantas, com deposição de gelo.
Ou seja, nesse caso, a atmosfera está úmida e provoca a condensação o vapor d’água com a liberação de calor latente, o que ajuda a reduzir a queda de temperatura.
Por isso, a geada branca acaba sendo menos severa que a geada negra.
Há algumas características da áreas agrícolas que podem facilitar o acúmulo de ar frio, favorecendo a formação de geada. Então, veja a seguir alguns exemplos:
(a) Disposição ideal da vegetação e (b) disposição a ser evitada nas diferentes configurações do terreno
(Fonte: Livro Meteorologia Agrícola, Esalq/USP)
A partir de algumas práticas é possível reduzir os efeitos provocados pela geada nas lavouras. Como por exemplo:
É importante analisar os dados climáticos do local e a variedade a ser cultivada. A partir disso é possível realizar a escolha de locais e época de plantio/semeadura de forma a evitar os períodos mais críticos com relação a ocorrência de geadas.
Para uma mesma cultura as variedades podem apresentar diferentes tolerâncias ao frio. Por isso, o conhecimento das temperaturas letais para as diferentes variedades cultivadas (anuais ou perenes) é importante para a escolha daquelas mais adequadas para a região.
A aplicação de neblina artificial sobre a cultura a fim de reduzir a perda de energia pela a superfície, evitando o resfriamento intenso também é uma forma de reduzir o impacto da geada sobre a lavoura.
Outra técnica que pode ajudar a reduzir os danos por geada é a aplicação de água por aspersão na cultura durante a noite da geada em uma taxa de 2 a 6 mm/h.
Isso porque, quando a água congela ela libera calor latente, o que reduz o resfriamento e mantém a temperatura por volta de 0°C.
O uso de coberturas plásticas pode proporcionar condições microclimáticas mais adequadas aos cultivos em épocas de ocorrência de geada.
Essa medida consiste em misturar o ar da atmosfera mais quente (acima) com o ar mais frio (abaixo), pois nas noites de inverno ocorre a inversão térmica, com a superfície sendo mais fria que as camadas de ar mais altas.
Para aplicar esse método é necessária a instalação de grandes ventiladores acima da cultura, por isso, essa medida só é aplicável em pequenas áreas planas.
Como visto, a geada pode trazer sérios danos às plantas em campo – em 2021, por exemplo, o fenômeno afetou diversas lavouras de café e milho safrinha no Brasil.
Diante disso, o monitoramento das condições atmosféricas é essencial para que os produtores possam estar atentos às chances de ocorrência de geadas em suas propriedades, bem como no planejamento de possíveis medidas de mitigação de danos.
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