Entenda, na prática, o que é adubação verde, quais são os seus benefícios, quais espécies utilizar e muito mais!
De acordo com a Embrapa, “Adubos verdes são plantas utilizadas para melhoria das condições físicas, químicas e biológicas do solo”.
Como já vimos em outro artigo aqui do blog, essas condições são muito importantes para conservar e melhorar a estrutura do solo, e, a adubação verde é uma das principais medidas para isso.
Embora esteja presente no Brasil há pelo menos 100 anos, a adubação verde é considerada uma prática milenar, utilizada há mais de 3 mil anos pelos chineses.
Então, continue a leitura e conheça mais sobre esta prática!
A adubação verde consiste no plantio de leguminosas (família Fabaceae) ou gramíneas que, por meio de suas raízes, irão associar-se a bactérias (como as do gênero Rhizobium), fixando o nitrogênio do ar no solo.
Ou seja, é uma relação de ganha-ganha: a bactéria fornece o nitrogênio e a planta devolve o carboidrato em troca.
Além disso, a adubação verde pode ser realizada em qualquer época do ano, seja nas estações primavera-verão ou outono-inverno.
O verão apresenta altas temperaturas e chuvas, permitindo produzir mais biomassa, fixação de nitrogênio e, logo, ciclagem de nutrientes. Isso costuma ser feito via rotação de culturas ou sistema de consórcio.
Assim, há uma melhora nas características do solo, o que pode colaborar para o aumento da produtividade nas lavouras. Além disso, os custos do produtor com a compra de insumos (como o nitrogênio, por exemplo) podem diminuir.
São inúmeros os benefícios que a adubação verde pode proporcionar ao solo e sua fertilidade, quanto às caraterísticas físicas, químicas e biológicas. Veja, abaixo, 10 benefícios:
A princípio, é preciso conhecer as caraterísticas da planta que será o adubo verde (também chamada de planta de cobertura), levando em consideração fatores como:
Na prática, a roçada é feita após o florescimento da leguminosa, deixando a palhada como adubo natural.
Além disso, é necessário saber que temos culturas de primavera-verão e culturas de outono-inverno.
Algumas possibilidades para as estações primavera-verão são:
Enquanto que algumas para as estações outono-inverno são:
A Tabela abaixo mostra informações técnicas comparando as espécies, cujos ciclos variam, em média, entre 3 a 4 meses:
É importante frisar que cada caso é um caso, ou seja, cada fazenda tem suas próprias peculiaridades, podendo ser o controle de nematoides, plantas daninhas, nitrogenação do solo etc.
No entanto, o agricultor deve ter em conta alguns cuidados na escolha da espécie: a crotalária, por exemplo, embora tenha uma das maiores taxas de fixação de nitrogênio, pode ser tóxica para o gado.
Mas, na prática, como ela não é palatável (gado não gosta), então, provavelmente ele só irá consumir na falta de alimento.
Além disso, algumas culturas são consideradas contaminantes, ou seja, suas sementes misturam-se na produção da próxima cultura.
Por isso, sempre que possível, opte por espécies nativas de sua região, que já estão acostumadas com as condições locais e não causarão desequilíbrio.
Na rotação de culturas, por exemplo, o produtor pode dividir sua fazenda em talhões e alternar diferentes culturas ao longo do ano, “girando” a cada ciclo.
No sistema de consórcio, o produtor intercala a leguminosa em conjunto com sua cultura.
Ambas as ferramentas rotação de culturas e sistema de consórcio contribuem para o Manejo Integrado de Pragas (MIP).
Além disso, vale destacar que os efeitos da adubação verde ocorrem quando são plantadas de forma adensada, e não isoladas na fazenda.
Independente de qual método utilizar, o recomendável é que se inicie por áreas “problemáticas”, ou seja, que apresentem pouca quantidade de matéria orgânica ou que tenham histórico de problemas com pragas, plantas daninhas ou nematoides.
Assim, com a recuperação da área, o agricultor terá mais terra de qualidade para expandir sua produção.
Em resumo, a adubação verde é mais uma da técnica agrícola de grande importância para a manutenção da saúde do solo, trazendo diversos benefícios para a lavoura.
É verdade que os custos de implantação da adubação verde podem ser um bloqueio a alguns produtores, por ser como uma manutenção preventiva que vai dar o retorno financeiro somente nos anos seguintes.
Porém, com a visão de médio e longo prazos é possível tornar a prática viável.
Ademais, essa técnica contribui para a construção e manutenção da qualidade do solo, o que colabora também para tornar a lavoura mais sustentável.
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