Neste artigo veremos o que é uma análise de solo, para que serve, como fazer, como interpretar os resultados e, principalmente, no que essas informações auxiliam no manejo do solo!
Da mesma forma que os seres humanos precisam de água e nutrientes para sobreviver, as plantas necessitam de insumos para o seu bom desenvolvimento.
Por isso, é importante realizar a análise de solo, que é uma investigação de como está a fertilidade do solo que será semeado entre outras características importantes.
Ela serve para ajudar a indicar as quantidades corretas de adubo a aplicar no solo a fim de suprir a demanda das plantas.
Assim, para realizar tal análise, antes é preciso fazer uma amostragem do solo, que é a avaliação de uma pequena parte do talhão da fazenda que será utilizado como base para representar uma área maior da cultura.
Existem diversos tipos de análises de solo, sendo que as mais comuns são as análises físicas e químicas.
As análises físicas mais usuais estão relacionadas, por exemplo, aos teores de areia, silte e argila no solo. Pois, solos mais argilosos se comportam de maneira diferente se comparados com solos arenosos.
Isso porque, os solos argilosos geralmente armazenam mais água, nutrientes e matéria orgânica, apresentando melhores fertilidades quando comparados aos solos arenosos, que costumam ter uma drenagem melhor.
No entanto, se seu solo é arenoso, não se preocupe, pois conhecendo suas propriedades é possível manejar as áreas e obter altos rendimentos produtivos, visto que existem variedades e híbridos adaptados às diferentes condições climáticas do Brasil.
Ainda é possível separar as análises químicas em análises básicas e análises completas.
As análises básicas determinam os teores de nutrientes essenciais para o desenvolvimento das plantas e devem ser feitas anualmente, no entanto, não determinam todos os micronutrientes presentes no solo.
Como exemplo, temos a SQ1.1, realizada pelo Laboratório de análise de solo da ESALQ/USP (Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”), que determina os atributos abaixo evidenciados.
Já as análises mais completas determinam os macronutrientes e os micronutrientes que podem auxiliar no aumento da produtividade e melhor desenvolvimento da cultura no campo.
Como exemplo de uma análise completa temos a análise SQ6.1 que determina, por exemplo:
Para realização de uma boa amostragem o primeiro passo é fazer um planejamento da fazenda.
Assim, fatores como tamanho da área e número de pontos amostrais são essenciais para o posterior processamento dos dados laboratoriais e criação dos mapas de recomendação.
Os dois principais tipos de amostragem de solo são: em células ou em grade por ponto.
Cada talhão é considerado uma célula e, independentemente do tamanho (5 ha, 10 ha ou 20 ha por exemplo), serão retiradas subamostras que sejam representativas na área, colocadas em um balde e misturadas; após, apenas uma amostra é retirada do balde e enviada para o laboratório.
Essa metodologia de amostragem é a mais barata e simples de executar e não necessita de interpolação para criação dos mapas de recomendação, pois cada talhão é considerado uma célula, o valor resultante das análises laboratoriais serão atribuídos para toda a célula.
Já na amostragem em grade por ponto é necessário criar uma grade amostral em um software ou aplicativo SIG, e a coleta em campo é norteada por um GPS para localização dos pontos e posterior envio para o laboratório.
Assim, com os resultados laboratoriais em mãos, as amostras devem ser interpoladas para criação dos mapas de recomendação.
Esse procedimento é mais caro, pois geralmente são usadas grades densas de 1 amostra por hectare e demanda certa habilidade para o geoprocessamento.
Em ambos os casos, as amostras podem ser coletadas com trado manual, equipamentos elétricos, hidráulicos, a combustão ou acoplados a quadriciclos.
Ferramentas manuais possuem menores rendimentos operacionais e são indicados para áreas menores, enquanto que quadriciclos e trados elétricos possuem maiores rendimentos e são indicados para áreas maiores.
A amostragem é essencial para o sucesso no campo, uma vez que, se ela estiver errada, todos os passos seguintes e as adubações serão realizadas de maneira incorreta, afetando a produtividade em campo.
Além disso, vale ressaltar que a amostragem deve ser feita logo após a colheita e com cerca de 3 a 4 meses antes da semeadura, porque este é o tempo estimado para o laboratório analisar o material, criar mapas e cálculos das adubações, fazer o planejamento, compra, entrega, aplicação e reação destes insumos no solo.
Existem vários procedimentos laboratoriais, como resinas extratoras que podem simular o comportamento das raízes das plantas.
Quanto à profundidade de amostragem, as recomendações são:
Na análise de solo, encontramos valores de teores de:
A faixa ideal de pH do solo é entre 6,0 e 7,0, porque é nessa faixa que ocorre a melhor disponibilidade de nutrientes, conforme pesquisa de Malavolta (1979).
No entanto, vale destacar os valores não são uma regra, havendo diferentes boletins regionais que variam conforme cada cultura, sendo essencial o conhecimento prévio do profissional para interpretação das análises laboratoriais e criação dos mapas de recomendação.
Com as informações da fertilidade de solo é possível, por exemplo:
Além disso, aplicativos como o BoosterAgro podem auxiliar no levantamento de dados e informações de manchas no solo associadas à biomassa e mapas de NDVI, os quais podem nortear as amostragens de solo para melhorar o manejo das culturas.
Em resumo, a amostragem de solo é essencial para o correto entendimento e manejo da fertilidade dos solos da fazenda. Ela é o primeiro passo para o planejamento da próxima safra.
Além disso, é importante olhar com atenção os valores obtidos na análise de solo a fim de implementar melhorias no manejo do solo e adotar uma adubação mais adequada frente a expectativa de produção da lavoura.
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