Produtividade do milho segunda safra: entenda quais são os fatores que mais podem interferir em sua produção!
O milho é o cereal de maior importância no Brasil, em termos de produção, comercialização e alimentação.
Isso porque, a sua produção é viável em praticamente todo território nacional, e em diversas épocas do ano.
Assim, o conhecimento dos fatores que podem prejudicar a lavoura, afetando a produtividade são necessários para evitar as perdas.
Você sabe quais são os fatores que mais afetam o potencial do milho segunda safra? Sabe como controlá-los? Venha conferir estas e outras informações a seguir!
O milho é uma das culturas de grande importância para agricultura e economia brasileira, sendo o nosso país segundo maior exportador mundial do grão.
Este cereal era produzido em grande escala na época de verão, entretanto, devido ao crescimento da competição com a soja, a cultura passou a ser produzida na segunda safra.
De acordo com o levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) são mais de 18 mil hectares de milho semeados no Brasil, dos quais mais de 13 mil hectares são do milho segunda safra, também conhecido como milho safrinha.
A semeadura do milho segunda safra ocorre nos meses de janeiro a abril. Além disso, a sua produção é a maior entre as três safras de milho produzidas do país.
Os principais estados produtores são: Paraná, São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.
Devido sua importância, pesquisas e investimentos são feitos para que esta cultura atinja altas produtividades.
Diversos fatores afetam a produção do milho safrinha e, alguns deles, estão sob o controle do produtor, por exemplo: a adubação e o controle de pragas e doenças.
Estes fatores podem ser manejados através do monitoramento constante, bem como da época de aplicação adequada e uso de produtos recomendados.
Contudo, há também os fatores climáticos, que são uma das principais interferências na produtividade do milho segunda safra.
A falta de água é um fator que interfere na produção de qualquer cultura, pois a água é fundamental para realização das reações metabólicas, fisiológicas e químicas nas plantas.
Para ter boa produção o milho necessita de 500 a 800 mm de água durante seu ciclo.
Nas áreas de sequeiro, sem o uso de irrigação, o estresse hídrico afeta a lavoura do milho, principalmente nas fases de pendoamento até o início de enchimento de grãos.
A redução de rendimento depende da época de ocorrência e da duração do estresse. Porém, de acordo com Magalhães e Durães (2006), as perdas nas lavouras podem ser de 20 a 50%.
Isso porque, a falta de água no início do desenvolvimento da cultura provoca a diminuição no tamanho das plantas, reduzindo a área foliar, o que, por sua vez, é a principal fonte de realização da fotossíntese.
Com a redução da fotossíntese, menor será a produção de fotoassimilados e, como resultado, haverá redução no tamanho da espiga e assim, menor produção de grãos.
Por isso, a época de verão é adequada para a cultura, pois tem temperatura apropriada e chuvas mais regulares.
Conforme vai passando o verão há maiores riscos de ocorrer seca ou até mesmo geada em algumas regiões do Brasil.
Em estágios mais avançados a seca pode inviabilizar os grãos de pólen causando falhas na produção de grãos na espiga.
Para ter boa produção o milho necessita de temperaturas médias acima de 15°C, sem ocorrência de geada.
Isso porque, o excesso de frio e a ocorrência de granizo e geadas podem matar as plantas em campo.
A ocorrência de geada é mais frequente na região Sul do país. Entretanto, em épocas de massa de ar frio muito intensa, a região Centro-Sul pode ser afetada.
As chuvas de granizo afetam a área fotossintética das plantas, ou seja, reduz a área foliar, causando os efeitos citados acima pela falta de folhas nas plantas.
E o mesmo pode acontecer devido à geadas.
Como resultado, em algumas regiões a redução da produtividade pode chegar a até 70%.
O planejamento é crucial para instalação da lavoura, principalmente para o milho de segunda safra.
Na semeadura do milho safrinha, em área de maiores riscos de geada e seca, o ideal é realizar a operação bem no início da época recomendada, ou seja, entre janeiro e fevereiro.
Assim, avaliar as épocas de ocorrência destes fatores na sua região, e associá-las as fases de desenvolvimento da planta ajuda a reduzir as perdas, caso as condições climáticas de seca ou frio intenso ocorram.
Algumas dicas de manejo são:
Além disso, vale destacar que o Zoneamento Climático também é importante para fazer o seguro rural, muito indicado para lavouras como milho safrinha que são mais propensas à ocorrência de intempéries climáticas.
Observar somente o clima ajuda, e muito, a evitar perdas por problemas climáticos, entretanto o manejo da cultura não pode ser deixado de lado.
Para obter alta produtividade no milho segunda safra também é preciso realizar de forma constante o monitoramento da lavoura, estando atendo principalmente:
Neste artigo vimos que o milho de segunda safra é a produção de maior importância para esta cultura no Brasil.
Porém, diversos fatores afetam sua produção, principalmente os ligados ao clima, que podem interferir significativamente na produtividade das lavouras.
Assim, é necessário ter o conhecimento do histórico da região e realizar o acompanhamento do clima para planejar corretamente a safra da sua lavoura.
Em resumo, fazer o planejamento adequado, o manejo correto e monitorar o clima, fazem toda a diferença para atingir altas produtividades no milho safrinha!
Referências
DURÃES, F. O. M.; MAGALHÃES, R. C.; COSTA, J. D.; FANCELLI, A. L. Fatores ecofisiológicos que afetam o comportamento do milho em semeadura tardia (safrinha) no Brasil central. Scientia Agricola, p. 491-501, 1995. Disponível em: https://www.scielo.br/j/sa/a/CgdSfsCxrbqFyWpnSPNgmSR/?format=pdf&lang=pt
MAGALHÃES, P. C.; DURÃES, F. O. M. Fisiologia da Produção de Milho. Circular Técnica 76. Embrapa. Sete Lagoas, 2006. Disponível em: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/490408/1/Circ76.pdf
MIRANDA, R. A. Breve História da Agropecuária Brasileira. Disponível em: https://www.alice.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/1122598/1/Cap02-BreveHistoriaAgropecBR.pdf
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